Folclore Brasileiro: O Brasil não é só Saci Pererê
Folclore Brasileiro: O Brasil não é só Saci Pererê
Conhecido internacionalmente pelo futebol, carnaval e a alegria contagiante que se mistura com a paisagem tropical. o Brasil possuí um folclore extremamente alinhado com a história do país, envolvendo escravidão, matas e animais típicos de lá.
Grande parte dos folclores originam-se do tupi-guarani, idioma falado pelos índios nativos das terras brasileiras antes dos portugueses chegarem para a colonização, portanto os nomes das criaturas têm significados quase que milenares.
Folclore Brasileiro: O Brasil não é só Saci Pererê
O Boitatá ( Bóia= Cobra; Atatá= Fogo)
Tem como característica um rastro de fogo azul-amarelado deixado para trás após passar com seu corpo transparente.
O Boitatá costuma rastejar nos arredores de rios e em campinas, atacando, matando ou tirando a sanidade dos homens que pretendem tocar fogo nas matas. Caso encontre o boitatá nas matas, deve-se ficar estático, prendendo a respiração e de olhos fechados.
Lendas dizem que o boitatá fora, um dia, uma cobra normal que, ao tentar fugir de seu abrigo durante um dilúvio, encontrou um abrigo próximo a um rio, onde havia diversos outros animais. Sua gula, porém, fez com que ela se alimentasse de todos os olhos dos animais dali. deixando seu corpo transparente e os olhos maiores e maiores. Como castigo, a cobra, que já havia se tornado o Boitatá àquela altura, deveria vigiar as matas cuidando para que ninguém ateasse fogo.
Folclore Brasileiro: O Brasil não é só Saci Pererê
O Boto-Cor-De-Rosa
De acordo com a lenda, o Boto é um homem sedutor de trajes elegantes e com um chapéu que esconde um furo em sua cabeça, furo este que, em sua forma de boto é sua narina, já que sua transformação de humano para boto não é completa. O Boto costuma surgir nos meses próximos a junho e se relacionar com mulheres, engravidando-as e desaparecendo depois disso, não voltando nunca mais. Filhos de pais desconhecidos costumam ser chamados de “Filhos do Boto” em algumas áreas do Brasil.
O Corpo-Seco
Refere-se a um defunto que, após a morte, foi rejeitado pelo céu e o inferno. A razão disso seria as maldades que ele teria feito em vida, sendo este um ser tão asqueroso que nem mesmo a Terra queria sua carne. O Corpo-Seco é uma espécie de morto-vivo que vagueia pela Terra após sua morte.
A lenda original diz que ele tem unhas e cabelos grandes, sendo também chamado de Unhudo e que ele foi condenado a vagar por aí após torturar e matar a própria mãe.
Trata-se de uma bruxa velha com aparência horrorosa, dona de uma voz característica e que dorme a cada sete anos. A imagem mais conhecida da Cuca foi criada por Monteiro Lobato, um autor brasileiro que utilizou da criatura em uma obra literária, fazendo dela uma feiticeira com corpo de jacaré que vivia em uma caverna fazendo poções.
A Cuca é conhecida por sequestrar crianças desobedientes, portanto, seu nome é quase sempre associado a cantos que influenciam a criança a obedecer.
Folclore Brasileiro: O Brasil não é só Saci Pererê
O Curupira
De cabelos vermelhos como fogo, muitas vezes, jogados para cima, simulando uma chama e um assobio atordoante, este garoto de pés virados para trás, corre pelas matas protegendo-a contra derrubadas e cuidando dos animais enquanto engana caçadores que o tentam passar a perna. Seu mito é muito antigo (há menções dele no século XIV) e, por conta de sua grande força física, este ser era temido pelos povos indígenas, que, quando necessitavam adentrar às matas, deixavam oferendas para ele, como fumo e cachaça. Caso o Curupira lhe na floresta, a única maneira conhecida de fugir dele, é fazendo um nó em um pedaço de cipó.
Seu nome vem do termo em tupi, “corpo de menino”, porém outros historiadores acreditam que possa significar algo como “coberto de pústulas” ou “pele de sarna”.
A Dama Da Meia Noite
Esta lenda é difundida por toda a América e partes da Europa, trata-se de uma mulher trajada com um vestido branco ou vermelho que adentra um bar e busca por um homem solitário. Após encantá-lo, a mulher pede para que este a leve para casa e o homem, encantado com a sua beleza, aceita. Quando chega ao seu destino, a mulher desaparece, quebrando o encanto do homem, que realiza que está dentro de um cemitério, exatamente quando o sino do relógio anuncia meia noite.
A Iara
Seu nome deriva do indígena Iuara, que significa “aquela que mora nas águas”. É metade mulher metade peixe de longos cabelos e olhos castanhos ou pretos, que atrai homens com seu canto doce.
A lenda iniciou-se com uma índia de mesmo nome, brava e guerreira que possuía irmãos. Certa vez estes tentaram matá-la, mas Iuara conseguiu reverter a situação, matando seus irmãos, porém quando seu pai descobriu, ele lançou-a ao rio, porém os peixes de lá salvaram-na, desde então, ela mata todos os homens que se apaixonam por seu doce canto.
O Lobisomem
Uma criatura muito famosa no folclore mundial, o lobisomem é uma lenda nativa da Europa que chegou ao país por meio dos portugueses durante a colonização, sendo muito conhecida pelos brasileiros. Ele é um homem comum durante o dia, porém transforma-se em um lobo durante as noites de lua cheia.
A origem mais conhecida desta lenda é que um lobisomem é o primeiro filho homem depois de sete filhas mulheres, tendo sua primeira transformação quando atinge a puberdade. Para combater um lobisomem, deve-se ataca-lo com fogo ou objetos à base de prata.
A Mula Sem Cabeça
São mulheres que foram amaldiçoadas com a capacidade de converter-se em mula com labaredas no lugar da cabeça. Era uma lenda que reforçava valores morais no século passado, fazendo com que estas não tivessem relações sexuais antes do casamento ou com padres, sendo esta a punição caso o fizessem. A lenda diz que, ao transformarem-se na noite de quinta-feira, estas só poderiam ser mulheres novamente entre o primeiro e o terceiro cantar do galo da sexta-feira.
Outros mitos ainda dizem que a mula ataca todos que estão em seu caminho e que elas percorrem sete cidades durante a madrugada.
O Saci Pererê
Um menino negro, travesso de uma perna só e, quase sempre retratado com um furo na mão direita, esse é o Saci, um dos maiores nomes do folclore brasileiro. Esse menino levado se diverte fazendo brincadeiras com animais e pessoas, como salgar o feijão e trançar panos de prato, porém, ele também cuida das matas e tem conhecimento de plantas medicinais.
Para capturar o Saci, deve-se jogar uma peneira dentro de um redemoinho e, assim que possível, tirar seu gorro, pois ele ficará sob os comandos de quem detiver o tecido. Existem algumas hipóteses para a perda da perna do Saci, todas elas associadas à sua etnia e ao período em que o mito começou a se espalhar, uma delas seria que um senhor de escravos havia prendido ele em um bambuzal com e havia dado até o amanhecer para que ele fugisse, caso não o fizesse, ele estava morto, Saci então, decepou a própria perna, outra lenda diz que ele perdeu a perna lutando capoeira, uma espécie de luta dançada trazida pelos africanos para o Brasil durante o período da escravidão.
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